Erik Machado, colaborador KOF, passou por transição e teve apoio da liderança na troca de documentos profissionais

Celebrado no dia 29 de janeiro, o Dia da Visibilidade Trans completa duas décadas de existência em 2024, como uma oportunidade para reafirmar os direitos das pessoas transexuais.

Embora a transfobia seja crime no Brasil desde 2019, isso não tem sido suficiente para tirar o país da liderança do ranking mundial de nações que mais matam pessoas trans e travestis em todo o mundo por 13 anos consecutivos.

Graças ao DNA KOF e seu elemento “Primeiro as pessoas”, nossa cultura está focada no valor das nossas pessoas. Isso faz com que nossos colaboradores tenham total apoio, independentemente de classe social, raça, religião, idade, deficiência, orientação sexual, gênero ou qualquer outra característica. Erik Machado, assistente de faturamento da unidade Santa Maria (RS), é a prova de que a KOF BR não fica somente no discurso.

 

Apoio na transição

Há sete anos na empresa, Erik começou sua trajetória trabalhando na portaria da unidade. Na época, ele ainda não tinha começado a transição hormonal, mas já se vestia com roupas masculinas.

A possibilidade de avançar nesse processo se deu graças ao benefício de auxílio-saúde, que permitiu a Erik o apoio médico adequado para iniciar o tratamento hormonal. Apesar disso, não foi uma tarefa fácil.

Na época, a unidade não tinha sido incorporada ao sistema FEMSA e a cultura interna era diferente. “Tive de enfrentar algumas barreiras nesse período, porque a empresa não tinha uma cultura de inclusão. Mas, assim que chegou a FEMSA, muita coisa mudou”, explica Erik.

O colaborador conta que passou a receber um tratamento mais respeitoso e seus colegas começaram a vê-lo de outra forma. Além de a empresa divulgar ações sobre a importância do respeito às questões de gênero, outros pontos básicos do dia a dia que ainda o incomodavam foram sendo resolvidos.

“Quando comecei a transição, eu ainda ia ao banheiro feminino. E era bem constrangedor. Com a chegada da FEMSA, isso mudou. Passei a usar o toalete masculino. Era desconfortável tanto para mim quanto para as outras pessoas. Pode parecer uma mudança simples, mas foi bem significativa”, relata.

Para Erik, a mudança desse cenário na KOF é visível. “Hoje as pessoas nos respeitam mais e nos sentimos mais incluídos.”

Mudança pessoal que reflete no profissional

Diferentemente de muitas pessoas trans que são abandonadas pelas famílias durante a transição, Erik sempre contou com o apoio da mãe. Inclusive, ela participou ativamente no processo da sua troca de nome. “Foi a minha mãe que escolheu o meu novo nome. Nada mais justo, né? Ela que escolheu da primeira vez, e pôde fazer isso da segunda vez também”, conta.

A mudança do nome social de Erik logo foi sendo absorvida pelos outros colaboradores, embora algumas pessoas ainda se mostrem relutantes em chamá-lo assim. “A maioria se retrata a mim como Erik, e isso faz com que eu me sinta integrado na empresa.”

A forma humanizada com que os gestores lidaram com a situação foi essencial para que Erik se sentisse parte da empresa. “Houve acolhimento e a Edna, minha gestora, se dispôs a ajudar na troca do meu e-mail e demais documentos internos, o que aconteceu de forma rápida.”

Pai de uma menina, adotada há um ano e seis meses, Erik planeja retomar os estudos para seguir na KOF e alcançar novas posições.

Fique atento(a) e não cometa gafes

No Dia da Visibilidade Trans, o colaborador ressalta a importância de as pessoas entenderem os limites das perguntas pessoais e profissionais. Para ele, é bastante incômodo ainda ter de responder se já se vestiu como mulher ou se pode ser chamado pelo nome antigo. “Acho que isso já está implícito, né? Meu nome é Erik. Acho bem importante as pessoas se referirem a mim pelo pronome correto.”

Sabendo disso, busque entender mais sobre o assunto e respeitar seus colegas, independentemente do gênero. Afinal, como completa Erik: “Não queremos ter tratamento especial, só ser reconhecidos pelo nosso desempenho profissional”.

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