Infelizmente, o Brasil é considerado o 5º país mais perigoso para as mulheres – segundo uma pesquisa realizada com 84 países pela Organização das Nações Unidas (ONU) – e essa relação tem ligação direta com o número de feminicídios (assassinatos de mulheres pelo simples fato de serem mulheres) no país.
Segundo um levantamento realizado pelo professor Jefferson Nascimento, doutor em Direito Internacional pela Universidade de São Paulo (USP), somente no mês de Janeiro de 2019 foram registrados mais de 100 casos de feminicídio no país. A maioria desses casos foram cometidos em casa, com arma de fogo, por parceiros ou ex-parceiros da vítima. As estatísticas são absurdas: a cada duas horas uma mulher é morta no país.
Os casos de violência doméstica que não geram mortes tendem a ser ainda maiores, visto que a maioria deles não é denunciada pelas vítimas, por medo de represálias.
Considerando as causas de feminicídios, é possível observar que tais crimes têm caráter puramente machista. Isso ocorre pela cultura de subalternação, objetificação e exploração da mulher na sociedade. As “punições” ao gênero ocorrem quando a mulher não cumpre com seu papel outorgado por uma sociedade patriarcal.
As principais motivações para os crimes são a não aceitação do término de relação, consumo excessivo de álcool e/ou drogas pelos homens e a propagação de discursos e ideologias de ódio e discriminação. As ferramentas utilizadas normalmente são armas de fogo ou armas brancas.
O ataque costuma vir de onde se menos deveria esperar: dentro da própria família. Casos de abusos dentro do foro íntimo são os mais comuns e quando há a descoberta de um feminicídio na família, a notícia não costuma causar espanto. Normalmente a convivência familiar já é o suficiente para observar relacionamentos abusivos e tratamento violento na relação entre os casais.
Leis, como a Lei Maria da Penha, auxiliam no combate aos abusos e aos crimes, porém ainda muito pouco. A conscientização e a construção de relações de igualdade de gênero somadas a políticas públicas de proteção e cuidado da mulher são fatores essenciais para que seja possível reverter esse horrível quadro a que somos apresentados.
Há instituições que podem auxiliar em casos de abuso e violência doméstica, ajudando a evitar casos de feminicídio, como por exemplo a Central de Atendimento à Mulher em Situação de Violência (180) e outros centros de apoio, que podem indicar os procedimentos corretos para ação nesses casos.
Em caso de abuso, violência ou assédio dentro de Coca-Cola FEMSA acione o nosso sistema de denúncia, o Dilo.
