Em comemoração ao mês da Consciência Negra, trazemos a importância da busca por conhecimento sobre vivências e protagonismos sociais e culturais das pessoas negras na construção da identidade brasileira. Para isso, neste artigo indicamos vários conteúdos sobre o assunto. 

A Consciência Negra é um movimento social e cultural que busca promover a valorização da cultura afrodescendente e a luta contra o racismo e a discriminação racial.

Esse movimento está profundamente relacionado com a história da população negra e seus protagonismos na sociedade, bem como com a busca por igualdade de direitos e oportunidades.

Importante ressaltar que as lutas por igualdade racial envolve a promoção de políticas afirmativas, representatividade, educação antirracista e a conscientização sobre os impactos do racismo na sociedade. E hoje destacamos a importância da representatividade na construção e usos de tecnologias culturais e de conhecimento.

UM CAMPO DE BATALHA: INCENTIVAR, PRODUZIR E ADQUIRIR CONHECIMENTO FEITO POR E PARA PESSOAS NEGRAS 

Combater o racismo na aquisição de conhecimento requer esforços amplos, incluindo revisão curricular que incorpore perspectivas diversas, promoção de representatividade em todos os níveis sociais, reconhecimento das contribuições de cientistas e acadêmicos não brancos e uma abordagem consciente para identificar e corrigir viés racial nas teorias e abordagens acadêmicas.

Para além da representatividade ancorada na produção do conhecimento que circula entre livros e história, há também a pertinência da produção cultural e da representatividade de identidades das pessoas negras em diferentes plataformas midiáticas, algo que, felizmente, vem crescendo bastante. 

Que tal conhecer algumas delas e mergulhar em uma transformação que favorece o antirrascismo e formas de combate à discriminação racial? Veja abaixo algumas dicas de conteúdo que separamos para que todas as pessoas possam participar desta luta. 

SÉRIES DE TV

  • Cara Gente Branca (Netflix): a série aborda questões de raça e identidade em uma universidade predominantemente branca, acompanhando um grupo diversificado de estudantes negros e explorando suas experiências com racismo e preconceito.
  • Manhãs de Setembro (Amazon Prime): a história segue a vida de Cassandra, uma mulher trans que se torna responsável pelo filho de seu ex-namorado após a morte dele. A série aborda temas de identidade de gênero, família e preconceito, oferecendo uma representação importante e sensível da experiência trans no Brasil.
  • Atlanta (Netflix): a série mistura comédia e drama, abordando questões raciais, sociais e culturais de maneira única e criativa. “Atlanta” recebeu prêmios por suas atuações e abordagem autêntica da vida afro-americana na cidade.

FILMES

  • M8 Quando a Morte Socorre a Vida (Netflix): no filme, somos apresentados a Maurício, um jovem negro que começa a estudar na Universidade Federal de Medicina. Em sua primeira aula de anatomia, ele se depara com M8, o cadáver destinado a ser estudado por ele e seus colegas. Nesse momento, ele toma consciência de que tanto ele quanto os cadáveres são as únicas pessoas negras naquele contexto.
  • Selma: Uma Luta pela Igualdade (Amazon Prime): “Selma” aborda os movimentos e marchas ocorridos na cidade de Selma, Alabama, em prol do direito ao voto igualitário para os afro-americanos nos Estados Unidos. Logo no início do filme, fica evidente que as ramificações da liberdade superficial da época resultaram em impactos violentos para a comunidade negra.
  • Felicidade por um Fio (Netflix): desde a infância, Violet, uma mulher negra, precisou compreender que não tinha margem para erros, sabendo que o preconceito não toleraria qualquer falha sua. Na vida adulta, após passar por mudanças drásticas, Violet precisou repensar sua imagem de mulher perfeita construída dentro de uma perspectiva da branquitude. 
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PODCASTS

  •  Afetos: podcast feito por duas mulheres negras, Gabi Oliveira e Karina Vieira falam sobre fatos reais que sensibilizam e atravessam todas as pessoas, trazendo à tona perspectivas raciais e de corpos dissidentes. 
  • O Corre Delas: aqui, o tema central é desenvolvimento e trajetórias profissionais das mulheres. Indicamos você começar pelo episódio sobre empreendedorismo negro, com Adriana Barbosa, fundadora da feira preta. 
  • AmarElo Primas: o rapper e multiartista Emicida apresenta novas visões em uma jornada de mudança pessoal e impacto social, com destaque para seu projeto musical AmarElo. 

LIVROS

  • Mulheres, Raça e Classe (Angela Davis): publicado em 1981, o livro destaca como as experiências das mulheres negras foram moldadas por opressões interligadas. Davis analisa o papel das mulheres negras nos movimentos pelos direitos civis e feministas, enfatizando a importância de entender as complexas dinâmicas que afetam suas vidas.
  • Racismo Estrutural (Sílvio Almeida): publicado em 2019, o autor explora como o racismo está enraizado nas estruturas e instituições do país, abordando suas manifestações em áreas como educação, trabalho, justiça e políticas públicas. O livro destaca a natureza sistêmica do racismo e ressalta a necessidade de enfrentar as desigualdades raciais de forma abrangente.
  • Uma História Feita por Mãos Negras (Maria Beatriz Nascimento): o livro reúne 24 textos que ressaltam temas como a intersecção das relações raciais e de gênero, o papel dos negros na construção da sociedade brasileira, além de explorar os quilombos no Brasil como espaços de resistência e sistemas sociais alternativos.

É importante reconhecer que a luta pela Consciência Negra não se limita a um único dia do ano, mas é um esforço contínuo para criar uma sociedade mais justa e igualitária, onde todas as pessoas, independentemente de sua origem étnica, possam desfrutar dos mesmos direitos e oportunidades.

Nossa luta contra as desigualdades começa pelo combate ao racismo.

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