Continuando nosso mês de aprendizado e mudança, queremos conversar sobre como podemos fazer a diferença na sociedade em que vivemos.

Que o racismo ainda é uma realidade no mundo – infelizmente – isso não se pode negar. É impossível fecharmos os olhos para as dificuldades que as pessoas negras (pessoas declaradas pretas ou pardas) enfrentam em seus cotidianos.

Dito isso, o que a sociedade tem feito ao longo do tempo para mudar essa situação e qual o papel das pessoas não negras nessa história?

Vamos lembrar e celebrar a luta dos movimentos negros no Brasil e aprender o que a sociedade deve fazer para solucionar essa questão.

Uma breve história dos Movimentos de Pessoas Negras no Brasil

Os primeiros movimentos de pessoas negras que podemos ver no Brasil datam do período da escravidão. Com as rebeliões das pessoas escravizadas, a formação de quilombos e irmandades representavam experiências importantes da organização e solidariedade entre pessoas negras.

Porém, foi apenas em 1931 que pudemos ver de forma mais institucionalizada a criação de um movimento formal, com o nascimento da Frente Negra Brasileira (FNB). Já naquela época, o FNB denunciava a segregação racial, a falsa abolição e a pouca integração da população negra na sociedade.

Na época, Abdias Nascimento fundou em 1944 o Teatro Experimental do Negro (TEN), onde publicava o jornal Quilombo e oferecia curso de alfabetização para população negra. Foi Abdias que organizou o I Congresso do Negro Brasileiro e que, por meio do TEN, buscava adesão dos partidos políticos à causa racial.

Mesmo com todos esses esforços, foi só em 1951 que foi aprovada a primeira lei antidiscriminatória no Brasil, a Lei Afonso Arinos, criada após um escândalo de racismo envolvendo uma bailarina negra norte-americana que foi impedida de se hospedar em um hotel de São Paulo.

Em 1978, o Movimento Negro Unificado (MNU) foi criado, com inspiração na luta pelos direitos civis das pessoas negras nos EUA, e reivindicava uma democracia racial e a necessidade de se fazer a luta antirracista no país.

De lá para, a luta antirracista e os movimentos negros tem utilizado todos os meios possíveis para mostrar que o racismo ainda se faz presente, que precisamos  de mais representatividade em todos os âmbitos sociais e que pessoas não negras precisam se posicionar contra as desigualdades e crimes que vemos no dia a dia.

O racismo não é um problema das pessoas negras

Direta ou indiretamente, consciente ou inconscientemente, o racismo não só prejudica pessoas negras, ele automaticamente beneficia pessoas brancas.

O professor Silvio Almeida explica em seu livro O Que É Racismo Estrutural, “o racismo não é um ato ou um conjunto de atos e tampouco se resume a um fenômeno restrito às práticas institucionais; é, sobretudo, um processo histórico e político em que as condições de subalternidade ou de privilégio de sujeitos racializados é estruturalmente reproduzida”.

Assim, o racismo é um problema que afeta o conjunto da sociedade, porque não é possível ter uma sociedade justa e igualitária, sem que se enfrente o racismo. Isso significa que é responsabilidade de todas as pessoas tomarem atitudes antirracistas para que as desigualdades e violências sejam eliminadas.

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