Discriminação, salários mais baixos e outros fatores evidenciam a desigualdade de gênero no mercado de trabalho

Mulheres e a jornada tripla

Segundo divulgado pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), em 2019 54,5% das mulheres com mais de 15 anos estavam inseridas no mercado de trabalho, ao passo que esse percentual foi de 89,2% entre os homens. Uma das principais dificuldades enfrentadas pelas mulheres para integrar a força de trabalho é a maternidade. Muitas vezes totalmente responsáveis pelo serviço domiciliar e cuidado dos filhos, elas não têm a oportunidade de ansiar por uma carreira profissional.

Esse fato se agrava quando as mulheres e mães, ou até avós e tias, necessitam trabalhar fora de casa para sustentarem elas mesmas e suas famílias, uma vez que o mercado de trabalho nega oportunidades a mulheres que estão comprometidas com as jornadas da maternidade em casa, sofrendo preconceito e tidas como incapazes de conciliarem as jornadas e exercerem um bom trabalho.

Discriminação racial e disparidade salarial

A discriminação racial com as mulheres negras as impede ainda mais de se inserirem em empregos formais e assalariados. Infelizmente, enquanto a presença de mulheres brancas é de 54,5%, a de mulheres racializadas é ainda menor, atingindo 49,7% de participação. Mulheres travestis e transexuais enfrentam dificuldades ainda maiores. É o que mostra a pesquisa da ANTRA (Associação Nacional de Travestis e Transexuais), em que se constatou que apenas 5% delas possuem empregos formais.

Para além de exercícios informais e sem rendimentos, quando incluídas no mercado de trabalho, na maioria das vezes, as mulheres ainda precisam enfrentar disparidade salarial em todas as ocupações. Segundo aponta o IBGE (2019), mulheres brancas recebem cerca de 20% a menos do que homens brancos, enquanto as mulheres negras chegam a ganhar menos de 50% do que eles recebem.

Obstáculos para atingir cargos de liderança

Diante desse contexto, atingir cargos de liderança é algo bastante complexo e repleto de obstáculos para as mulheres. Segundo a ONU Mulheres, no universo dos negócios e do empreendedorismo, apenas 7,4% das empresas da lista Fortune possuem uma liderança feminina, dado de 2020. A situação se dá por múltiplas práticas discriminatórias cruzadas no local de trabalho, como assédios morais e sexuais e falta de políticas que favoreçam suas famílias.

Na Coca-Cola FEMSA, não há disparidade salarial entre os gêneros e as mulheres têm espaço para progredirem em suas carreiras e ocuparem posições de liderança. Segundo Ana Mara Garcia Rodrigues, nossa operadora de empilhadeira de Pelotas (RS), ser mulher e ocupar um cargo predominantemente masculino é ao mesmo tempo um desafio e um ato de coragem. Com 14 anos de carreira na profissão, Ana Mara diz ter “fé no universo” e percebe que o mundo está mudando, que os meninos e homens vêm sendo educados pelas mídias e por suas famílias para respeitarem as mulheres e acreditarem em seu potencial.

Construir um espaço sem discriminação de gênero é um compromisso de todas e de todos.

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